domingo, janeiro 30, 2005

Música do Coração: Notícias

Por Marina Lima
(Marina Lima/Dalto/Cláudio Rabello)
Só você pode me incendiar
Pode acender a luz
Pode me ver chorar
Só você me faz tremer assim
Me mata de prazer
Sem encostar em mim

Me dê notícias desse amor
E o que ele faz pra não morrer

Se fica comigo até sempre
Ou se deixa o barco correr

Só você
Pôde me machucar
Soube me engolir
Pôde me dominar
Só você pra me trazer a paz
Eu que torci por ti
Eu que sofri por nós

Quanto mais velho o tempo é
Mais se cansa de esperar
Volta a ser só dos meus braços
E ouça o que eu não vou falar

sexta-feira, janeiro 28, 2005

Texto: Viver Não Dói

(Carlos Drummond de Andrade)

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos, por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido juntos e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante
e paga pouco, mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim
que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?


A resposta é simples como um verso:


Se iludindo menos e vivendo mais!!!


A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.


Esse belíssimo texto-verdade foi-me enviado por uma pessoa que me ama incondicionalmente... Obrigada, meu querido pai... Amo você!

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Dor Do Evitar

De novo a paixão. Os olhares profundos, beijos ardentes, abraços intermináveis. Banhos de chuva regados a sorrisos e excitação. Declarações tímidas, sentimentos nítidos, felicidade reluzente. Encantaram meu coração.
De novo a intensidade bruscamente interrompida. Causas incansáveis, minhas velhas conhecidas. Impaciência por não encontrar o meu reflexo. Muda a energia. Sinto cólera. Estou vazia, abatida.
De novo o pesar. Ressentimento amargo arraigado em minh'alma. Gosto de fel. Pretensão de ser rocha, e não passo de pedra, cruel. Sofrimento desmedido por não ter a mínima noção de sua tão grande ternura. Angústia imensurável por não saber dividir. Aflição enorme, impotência por não compreender. Dormência latente proveniente das mágoas e tristezas, minhas antepassadas tão presentes. Defesa. Barreira. Prefiro a dor do evitar. Eu escolhi. Há muito assim decidi. Porque eu, definitivamente, não sei amar...

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Mosaico

Pais. Amigos irmãos. Família. Sussurros e beijos. Cheiros. Desejos. Amassos escondidos ou explícitos. Toques. Lambidas e mordidas. Abraço apertado. Sexo bem feito, rápido ou faceiro. Trabalho ou profissão e, necessariamente, a remuneração. Roupas e sapatos. Jóias. Casas e jardins. Carros. Viagens e lugares. Livros, filmes e canção. Comidas gostosas. Diversão. Bichos de estimação. Artes sempre manuais. Retratos. Bilhetinhos outrora recebidos. Bonequinha guardada. Diários. Lembranças e esperanças. Experiências. Crianças. Suas gargalhadas e grandes sacadas. Primeiros passos. Primeiras palavras. Olhares curiosos e cheios de amor. Seu calor. Passeios de mãos dadas. Caminhadas na areia com os pés descalços. Balançar na rede da varanda. Vento nos cabelos. Mares e rios. Chuva ou chuveiro, porque água encanada só no banheiro! Dia. Sol e alegria. Noite. Lua e fantasia. Cama macia. Travesseiros de penas e lençóis em harmonia. Oito horas de sono. Descanso. Tempo pra fazer tudo. Ou fazer nada o tempo inteiro. Internet. E-mail. Mundo. Mosaico da Vida.

sábado, janeiro 08, 2005

Luana

Tem vários significados. "Filha da Luz", "Deusa dos Lagos", em africano; "Presente dos Deuses", em havaiano; "Mãe ou Senhora da Lua"; "Rainha do Amor"; "Raio de Luar", "Aquela que traz a Luz", "Rio calmo por cima, mas de correnteza forte por baixo", na língua indígena; "Guerreira"; "Menina Graciosa", em hebraico; "Reflexo da Lua no mar"; "Deusa das Águas, que tem poder de andar sobre as ondas", em jamaicano; e por aí vai...

Luana. É o meu nome, palavra que exprime minhas características, me descreve. É sinônimo da minha forte personalidade, do meu caráter indiscutível. É a referência de tudo o que aprendi, e tudo que guardo na bagagem. Traduz a minha afabilidade, a minha força diante das atribulações. Representa o que reservo no meu coração. Simboliza meus pensamentos, meus argumentos, meus desalentos. Revela o que quero, resguarda meu íntimo. Denuncia a minha alegria, meu riso fácil, minha nata teimosia. Manifesta meu realismo intrínseco. Declara meu humor, na dor ou no amor. Encerra o meu valor. Reflete meu passado, presente e futuro. Eu sou essa. Me chamam assim. Luana.

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Entreguei-me À Vida

Época sagrada e não verdadeiramente compreendida, a qual nos remete ao Nascimento do Filho e ao começo de um Novo Tempo.

Agradecimentos feitos...
Sem mais promessas, nem mais pedidos. Entreguei-me à vida sem expectativa, e com uma enorme consciência do que ela representa, hoje. E forçada a descortinar conceitos e valores, desisti de pensar que tudo sei e que a razão é minha fortaleza. Decidi dar ouvidos a alguns sentimentos há muito refreados e perdidos, então... Optei pelo perdão, necessário ou não. Escolhi não mais sofrer por coisa pouca (às vezes nem tão pouca assim!), mas isso eu resolvi. Dei preferência ao Amor, e descartei ter-mi-nan-te-men-te o dissabor... Abaixo às mágoas! Às favas com a raiva! Eu desejo viver...