segunda-feira, junho 27, 2005

Enfim...

... a vitória da realidade agridoce sobre a perfeita fantasia! Confesso que, por uma fração de segundos, cheguei a acreditar que o Universo conspirava genuinamente a favor da minha felicidade. Então compreendi que esse transitório intervalo não passou de uma total incapacidade de distinguir as ubíquas divergências da Vida, especialmente entre o corpo e a alma. Antagonismo. O corpo é incompatível com a alma, definitivamente. Tal como a razão e o coração. Rivais desde os primórdios. Assim, o corpo dispensa a essência; a alma é nutrida por ela. O corpo reage à visão; a alma vibra à emoção. O corpo deseja recompensa; a alma é doação. O corpo goza; a alma reluz. O corpo é movimento; a alma, sentimento. O corpo adormece; a alma percorre o infinito. O corpo critica; a alma enobrece. O corpo coage; a alma desobriga. O corpo alucina; a alma sublima. O corpo é paixão; a alma é puro amor. O corpo é assassino; a alma, salvadora. O corpo peca; a alma perdoa. O corpo caça; a alma une. O corpo ignora; a alma reconhece. O corpo fere; a alma é cura. O corpo urge; a alma é paciência. O corpo tudo quer, mas a alma nada pede. O corpo é fim. E a alma recomeça. Sem pressa. E espera. Tudo de novo...

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