sábado, julho 02, 2005

Perfeita Sincronia

Houve um tempo em que a noção de futuro não existia. Época da inocência, alegria e ilusão. A ocasião era sempre apropriada. Mais nada. Não se pensava no risco. O que é isto? Era tudo sorriso. Era festa. Era a vida sendo construída. Até que surgiu a partida...
Houve um tempo em que a noção de presente tomou forma. Época do voraz aprendizado, curiosidade e princípio do questionamento. Às vezes até tormento. Início do perigo. Pensar se tornou quase lógico. Compreensão do que se supõe certo e errado. Até que surgiu o romance...
Houve um tempo em que a noção de passado era dor. Época de distinguir o valor. E sentir o sabor do dissabor. Chegava a maturidade acompanhada da sabedoria, encarregadas da regência humana. Até que surgiu a verdade...
A verdade é que passado, presente e futuro jamais se separam. São o romance, independentes da partida. São todos intervalos iguais de diferentes períodos. São protagonistas e coadjuvantes de si mesmos. Traçam linhas em movimento que encontram-se numa perfeita sincronia. Interpretam papéis de galãs e vilões numa mesma história. São derrota e vitória lado a lado num primoroso compasso. Como num laço de fita de seda. Amarram suavemente suas pontas em torno das mágoas e prazeres. Embalam as experiências numa linda caixa sem que o tempo as misture. Equilibram a vida com doses homeopáticas de emoções. São as leis que comandam o corpo e a alma. São os versos da mais bela poesia chamada Universo...

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