sexta-feira, abril 14, 2006

Texto: Hilda Hilst

Aflição de ser eu e não ser outra.
Aflição de não ser, amor, aquela
Que muitas filhas te deu, casou donzela
E à noite se prepara e se adivinha
Objeto de amor, atenta e bela.

Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)

Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel

Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.

1 compartilhando!

Anonymous Anônimo ,

"Porque palavras emitem sons que todos conseguem sentir"...

Bacaaaaaana d+ isso aí.

Dei uma passadinha aqui...

abraço

agosto 26, 2008 1:48 PM  

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